A catástrofe de Brumadinho e os profissionais de Meio Ambiente
O rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão pertencente à Vale em Brumadinho/MG ocorrido em 25/01/19, assim como o desastre de Mariana/MG em 2015, são situações de grave dano ambiental e social. Os profissionais de Meio Ambiente, sejam eles consultores, instrutores, técnico se demais responsáveis ambientais tem lições muitos importantes a tirar dessas infelizes tragédias.
No ramo ambiental, a Consultoria de Meio Ambiente é procurada para resolver problemas ambientais das empresas, efetuar licenciamentos, obter autorizações, etc. A maioria das vezes, o cliente tem pressa em resolver a questão e cobram que os atendimentos sejam acelerados. Situações similares acontecem com os profissionais que são contratados pela empresa para gerir a área de meio ambiente, devendo buscar soluções rápidas e com o menor custo, de forma a impactar o menos possível a produção da empresa. Entretanto, os profissionais de meio ambiente não podem deixar de lado a questão técnica e a sua responsabilidade ambiental, civil e criminal perante o projeto que está sendo desenvolvido.
Foram presos dois engenheiros que atestaram a estabilidade da barragem e três funcionários da Vale responsáveis pela unidade minerária e seu licenciamento.
No caso de Brumadinho, na manhã desta terça-feira (29/01) foram presos dois engenheiros que atestaram a estabilidade da barragem e três funcionários da Vale responsáveis pela unidade minerária e seu licenciamento. Os funcionários da Vale detidos são o gerente de meio ambiente, saúde e segurança do complexo, o gerente-executivo operacional e o geólogo e especialista técnico da empresa. Os engenheiros terceirizados são de uma Consultoria Ambiental de São Paulo, responsável por fazer a auditoria na barragem rompida. O objetivo da ação é “apurar a responsabilidade criminal pelo rompimento da barragem”.
O que podemos tirar de lição desta fatalidade é que o sistema de controle ambiental de um projeto ou de um empreendimento tem que ser muito bem calculado e aferido, vistoriado e validado regularmente, de forma técnica e precisa. O tempo que “se perde” no desenvolvimento ou aplicação de procedimentos de controle ambiental é compensado na qualidade do produto ou serviço do seu cliente.
Outra questão que vale a pena citar, é o custo do método de controle ambiental adotado. No caso das duas barragens rompidas da Vale, a tecnologia de construção do reservatório é denominado Alteamento a Montante, de forma que a barragem vai sendo elevada na forma de degraus conforme vai aumentando o volume de rejeitos. De acordo com a matéria publicada no G1, especialistas na área declaram que este método de construção é o mais simples e mais barato, porém, não é o mais seguro.
Desta forma, outra lição que devemos levar é de que o sistema de controle ambiental deve ser adotado de acordo com o impacto que pode ser causado, trabalhando preventivamente de forma a minimizá-lo o máximo possível, mesmo que o método mais eficiente não seja o mais barato. Tudo depende do grau de risco do empreendimento e da responsabilidade dos profissionais envolvidos. A pergunta é: será que vale a pena arriscar no mais barato?